OUVIDORIA POPULAR

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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Padarias entram na campanha de incentivo à doação de órgãos em PE

Apesar de 2,9 mil pessoas ainda esperarem na fila por um transplante em Pernambuco, muitas famílias ainda resistem e impedem a doação de órgãos de seus parentes após a morte. A partir desta terça-feira (25), fazendo parte das atividades da Semana Nacional de Doação de Órgãos, a campanha "Diga sim para a vida continuar” ganha novas aliadas: as padarias do Recife, de Olinda e Jaboatão dos Guararapes.

Durante a mobilização deste ano, os estabelecimentos irão entregar a seus clientes os pães em embalagens diferentes, com dicas sobre a doação de órgãos. As informações contidas nos sacos explicam a importância da doação de órgãos, trazem dados sobre a fila de espera e orientam sobre os procedimentos para realizar a doação. “A gente quer estimular a conversa sobre assunto, que a pessoa se informe, para que elas decidam, baseadas em informações verdadeiras, que elas querem ser doadoras. Isso é muito importante, pois facilita o processo na hora da entrevista familiar, que é um momento muito difícil, de maior perda”, contou Noemy Gomes, coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), de cada dez familiares abordados, quatro ainda se negam a doar os órgãos de pacientes com quadro de morte cerebral. A semana nacional tenta reverter essa situação, para beneficiar pessoas como José Paulo Moura. Ele sofria de problemas no coração e, após o transplante, está retomando a vida. “Tenho uma vida nova, 100%. Foi muito difícil, tive três paradas e passei um ano usando marca-passo. Mas hoje, graças a Deus, estou bem, só me recuperando dos ferimentos”, contou.

Para demonstrar o interesse em ser o doador, as pessoas precisam deixar clara a sua posição para sua família. No caso de morte encefálica do paciente, os parentes devem procurar o médico responsável para expressar o desejo de doação. A partir da assinatura do termo de autorização, a central encaminha o órgão para um receptor compatível, obedecendo a ordem da lista única do estado.

De acordo com Noemy Gomes, a falta de informações sobre o tranplante ainda é o grande empecilho para que o número de doadores aumente. “Grande parte da negativa é falta de conhecimento do processo, com medo que corpo seja mutilado. Mas não há mutilação, o corpo não fica deformado depois do transplante”, comentou a coordenadora.

A maior lista de espera em Pernambuco é por um rim: 1.725 pessoas. Em segundo lugar, estão os que precisam de transplante de córnea, 1.024; em seguida, vem fígado, com 126 pessoas, e, por último, coração, rim e pâncreas, cada um com quatro pacientes. Até agosto deste ano, 1.097 transplantes foram realizados no estado, um aumento de 62% em relação ao ano passado.

Programação

Ainda dentro da programação, nesta terça ocorre o III Encontro Estudantil de Incentivo à Doação de Órgãos. O evento acontece às 18h, no auditório do Hospital da Restauração (HR), no Derby. Na quarta-feira (26), a partir das 9h, ações educativas acontecem na Estação Central do Metrô do Recife e no Complexo Industrial de Suape, em Ipojuca. Na quinta-feira (27), a mobilização será no Mercado de São José, com panfletagem.

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