OUVIDORIA POPULAR

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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Funcionários de obras em Suape, PE, voltam a entrar em greve

Em decisão tomada na manhã desta quarta-feira (31), os funcionários das obras da Refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica no Complexo Industrial e Portuário de Suape, no Grande Recife, deflagraram mais uma greve - esta é a segunda em pouco mais de dois meses. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE), um acordo firmado nas negociações salariais deste ano não estaria sendo cumprido.

Ainda segundo o sindicato, a paralisação nos dois canteiros de obras deve ser de quase 100%, o que representa cerca de 51 mil trabalhadores. Os líderes do movimento sugeriram a greve para pressionar as empresas a implementarem a equiparação salarial entre funções iguais. De acordo com o Sintepav-PE, a diferença salarial entre os funcionários pode chegar a até 40%. "A paralisação não é por reajuste nos salários; é somente por conta dessa diferença, que foi um dos pontos discutidos na convenção coletiva [em agosto]”, contou Rogério Rocha, assessor do sindicato. Na terça-feira (30), os funcionários já haviam feito uma paralisação de advertência - eles bateram o ponto, mas não chegaram a trabalhar.
O Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) confirmou que há algumas diferenças entre os salários pagos aos funcionários, mas que estudos e rodadas de conversa estão sendo feitas com as empresas que compõem as obras da Refinaria e da Petroquímica. "Existe a lei de mercado, de oferta e procura e algumas empresas apresentam algumas diferenças. São várias empresas que atuam na construção, que precisam ser ouvidas, estudadas, para ver como é o nível salarial. Nenhuma está pagando abaixo do que foi acordado", explicou Margareth Rubem, advogada do sindicato.
A representante do Sinicon informou ainda que já entrou com ação na Justiça do Trabalho para pedir ilegalidade da greve, pois os trabalhadores descumpriram a lei ao não avisarem sobre a greve num prazo de 48 horas. Uma audiência foi marcada com os dois sindicatos para a segunda-feira (5), na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no Bairro do Recife. Além do encontro na Justiça, nenhuma reunião está marcada entre o Sintepav-PE e o Sinicon para tentar chegar a um acordo.

Greve
Os 51 mil trabalhadores que atuam nas obras da Refinaria Abreu e Lima e PetroquímicaSuape ficaram em greve do dia 1º ao dia 16 de agosto. No dia 8, o clima começou a ficar mais tenso no complexo após uma assembleia realizada pelos operários. Houve quebra-quebra e ônibus foram queimados. No dia 10, os trabalhadores foram liberados pelas empresas, que estavam com receio de novos tumultos. No dia 13 de agosto, o Sintepav orientou os trabalhadores a não voltarem aos postos, por considerar injusta a decisão de descontar os dias paralisados, já que os tumultos teriam sido promovidos apenas por um grupo. O sindicato dos trabalhadores e das empresas entraram em acordo na noite do dia 15, depois de dias de reuniões sem avanços na negociação.

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