OUVIDORIA POPULAR

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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Devido à seca em PE, agricultores e pecuaristas cobram ajuda ao governo

Devido à seca, produtores de leite, pecuaristas e agricultores que participam da 71ª Exposição Nordestina de Animais aproveitaram a audiência pública realizada com o governo estadual para fazer cobranças. O encontro, que aconteceu nesta quarta-feira (21) no Recife, se transformou em uma tribuna de críticas, reivindicações e cobranças dos órgãos oficiais. De acordo com os produtores, a ajuda para enfrentar os efeitos da seca é lenta, e não chega a todos.
“A ajuda que o governo está nos dando tem que ser bastante ampliada, porque se não houver ampliação o rebanho vai padecer de uma forma vergonhosa para nós”, afirmou o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindileite) de Pernambuco, Albérico Bezerra.
Por sua vez, o presidente do Sindicato dos Produtores de Leite de Pernambuco (Sinproleite), Saulo Malta, ressalta que a perda do rebanho e os prejuízos para a bacia leiteira são gigantescos. “A situação é a pior possível. A gente imagina perder mais da metade do rebanho do gado de leite. Para se ter uma ideia, a produção que era de 2.300 milhões hoje está em menos de 900 mil litros de leite por dia”, reclama.
Subsídio
O secretário de Agricultura Ranilson Ramos anunciou a liberação de R$ 2.900 milhões que serão destinados para o pagamento atrasado do subsídio repassado aos produtores de leite. Além disso, as indústrias de laticínio estão pagando R$ 1 pelo litro do alimento, que antes da seca era vendido a R$ 0,76.Ramos também prometeu mais esforço por parte do governo, em relação ao atendimento da situação se emergência: "A ajuda tem que ir, com mais rapidez. Para que a gente possa proteger mais o nosso rebanho. A expectativa é de que já perdemos 800 mil animais, e que podemos perder muito mais até o retorno das chuvas. Então é preciso que a gente faça um esforço ainda maior em relação ao que está sendo feito, para estruturar melhor as ações, operar melhor, destravar o que for possível da burocracia".
Chegou milho
Nesta semana os agricultores e pecuaristas receberam uma boa notícia: das 5 mil toneladas de milho compradas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para socorrer os pecuaristas, 800 toneladas já chegaram ao armazém do Recife. No entanto, apenas quatro caminhões são descarregados por dia, o equivalente a 16 toneladas. De acordo com o secretário de Agricultura, a partir dessa quarta-feira (22), mais 25 trabalhadores serão contratados para agilizar o descarregamento de milho.
O alimento vem a granel, é ensacado e depois segue para nove cidades do interior de Pernambuco: Caruaru, Garanhuns, Serra Talhada, Floresta, Salgueiro, Afogados da Ingazeira, Ouricuri e Petrolina. Cada uma deve receber 100 toneladas por semana.
Antes da seca, 170 pecuaristas estavam cadastrados para comprar o milho da Conab. Hoje esta lista conta com mais de 15 mil. O milho que está chegando faz muita diferença para quem sofre os prejuízos da seca. Se no mercado uma saca de 60kg de milho custa entre R$ 45 e R$ 60, na Conab o pequeno pecuarista pode levar a mesma quantidade por R$ 18,60.
De acordo com o Conab, a quantidade de milho por pecuarista é limitada: cada um pode levar 1.500kg. Até dezembro, mais de 50 mil toneladas devem chegar ao Recife, vindas do Mato Grosso e de Goiás. “Os pecuaristas que precisam vão receber esse milho. Inclusive, convidamos aqueles que não forem cadastrados, para que compareçam nos postos onde tem o polo de venda da Conab, para que se cadastrem e recebam o milho”, afirma o superintendente da Conab em Pernambuco, Roberto Lins.

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