OUVIDORIA POPULAR

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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Família de Sérgio Falcão vai pedir apoio da PF na apuração de homicídio

O corpo do empresário Sérgio Falcão, que morreu no final do mês de agosto, em um apartamento no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, vai ser exumado na manhã desta quarta-feira (31) por peritos e médicos do Instituto Médico Legal. A equipe do IML chegou ao Cemitério Morada da Paz, em Paulista, onde ele foi sepultado, logo após a delegada Vilaneida Aguiar, responsável pelo caso, por volta das 9h. "O corpo vai ser levado em seguida para o IML, para novas perícias", explica a delegada.
Antes da exumação, as irmãs do empresário, as médicas Alda e Ana Falcão, e o promotor André Rabelo, designado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para acompanhar o inquérito, conversaram com a imprensa. A família afirma que vai pedir a participação da Polícia Federal no caso, devido uma possível conta que o empresário teria na Suíça, descoberta recentemente. "Somente a Polícia Federal pode investigar que dinheiro é esse e quem tem movimentado. Não quero saber de dinheiro, mas é possível que tenha sido motivo para um homicídio", diz Alda. Ela continua: "Não sabemos quanto dinheiro tem lá. Sabemos que um advogado em São Paulo, que faz movimentação no exterior para grandes empresários, tem uma procuração do meu irmão. Meu irmão tinha dito que ia resolver todos os problemas".
Delegada Vilaneida Aguiar e promotor André
Rabelo (Foto: Katherine Coutinho / G1)
O promotor André Rabelo preferiu não comentar o caso, uma vez que se encontrou com a delegada pela primeira vez apenas na manhã desta quarta. "Qualquer coisa a mais que dissesse seria especulação. Eu não trabalho com especulação, trabalho com fatos e investigações. Já que está havendo divergência, entendemos a necessidade de exumação. Parece que houve uma certa pressa nesse caso, tanto que veio esse pedido [de exumação]", diz o promotor, que ressalta ainda que vai investigar o caso até a exaustão. "Não deixaremos uma dúvida sequer sem resposta", garante Rabelo.
"Desde ontem [terça], estou acompanhando oficialmente o caso. [...] Essa não é a primeira vez que o Ministério Público é chamado para fazer parte de uma investigação policial, é algo previsto em lei. O MP é o fiscal da lei, o titular oficial da ação penal. A polícia faz as investigações, o trabalho administrativo, mas somente quem decide se houve ou não e qual foi o crime é o Ministério Público", afirma o promotor.
Emocionadas, as irmãs do empresário pediram a verdade. "Se foi suicídio, eu quero saber que foi, mas com uma explicação plausível. Não acredito que meu irmão tenha se matado, eu convivia com ele muito de perto, ele estava triste por não ver o filho... Mas por que ele ia se matar? Chamar um segurança esporádico? Ele tinha uma arma com munição na casa da minha mãe, acesso a remédios, podia ter pulado do décimo andar, onde morava", enumera Alda.
Afirmando ainda ser uma 'grande dor' a exumação do corpo do irmão, Alda admite tratar-se de uma dor necessária. "Tenho esperanças de que vamos encontrar DNA nas unhas que prove que houve luta corporal. Eu só quero a verdade, nada mais que a verdade", diz Alda.
As irmãs reiteraram que já entraram com o pedido para o afastamento do perito responsável pelo caso, Sérgio Almeida, mas afirmaram que ainda não foram atendidas. "Os peritos que nós pedimos já chegaram, mas não estão deixando eles terem acesso às informações", reclama Ana. Apesar dos problemas e suspeitas com relação à perícia, ambas afirmam que confiam plenamente no trabalho da polícia. "Meu irmão era muito metódico, anotava tudo que fazia. Encontramos agendas dele na construtora e já entregamos a doutora Vilaneida. Eu confio no trabalho da polícia, não quero perder essa confiança. Quero justiça, quero saber o que houve de fato com o meu irmão", resume Alda.

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